quarta-feira, 17 de março de 2021

Parque Nacional dos Campos Gerais e seu entorno

 


O Prof. Leandro Baptista (DETUR UEPG/LABTan) nos conta sobre a pesquisa que resultou na dissertação de mestrado “Parque Nacional dos Campos Gerais - PR: Oportunidades para comunidades de entorno”.

A pesquisa foi realizada entre 2012 e 2013 e se concentrou em entender quais benefícios e possibilidades de engajamento para as pessoas que residem no entorno do PNCG poderiam ter, com a criação da UC (delimitamos a zona de amortecimento como recorte). Visitamos todas as casas em 4 comunidades - Biscaia, Passo do Pupo, Cerradinho e Alagados e entrevistamos uma pessoa por residência, para sabermos se os moradores sabiam da existência e dimensões do Parque, opiniões, possibilidades e desejo de se engajar em alguma atividade ou serviço com correlação com esta UC. 

Os resultados indicaram à época, que grande parte dos entrevistados desconhecia o Parque, e entre os que conheciam, era mais de "ouvir falar" do que em ações mais efetivas do poder público em dar publicidade e conhecimento sobre a área protegida. Alguns relatos foram bastante negativos, onde percebia-se que um discurso contrário à criação do PNCG havia "chegado antes" aos moradores, especialmente àqueles que trabalhavam ou tinham vínculo com alguém que trabalhava em áreas de plantação que ainda estão no interior da UC e em domínio privado. Àqueles que se mostravam favoráveis ao Parque indicavam iniciativas que poderiam ser absorvidas pela gestão da Unidade, como a produção artesanal de doces e compotas que ocorrem no Cerradinho, outros se mostravam otimistas em atuar como guias no Parque e também houve relato sobre a intenção em construir um equipamento de hospedagem domiciliar e a oferta de alimentação aos visitantes. Entendemos que havia um distanciamento entre a equipe técnica do ICMBio e as comunidades, para que uma visão holística sobre a criação do PNCG pudesse ser alcançada pelos moradores.

Na etapa de preparo das entrevistas e elaboração de roteiros, imaginava que as pessoas seriam mais fechadas, não iriam querer conversar muito. No entanto o campo se tornou um prazer, com a maior parte das pessoas sendo muito solícitas e hospitaleiras, oferecendo para "entrar e tomar um café", em diversas ocasiões.

Uma situação que se tornou curiosa/engraçada foi com uma entrevistada da melhor idade. Sempre no início de cada entrevista, eu me identificava e perguntava se a pessoa conhecia o Parque Nacional dos Campos Gerais, com este nome mesmo, de forma completa. Esta entrevistada disse que sim, com entusiasmo, e no decorrer das perguntas, as respostas não estavam fazendo muito "sentido", até que entre suas colocações ela disse algo como: "o parque é importante! é bem bonitinho e as crianças adoram brincar na balança", e então entendi que ela estava se referindo desde o início ao playground existente na pracinha perto de sua casa. Infelizmente tive que excluir a resposta da entrevistada, mas foi ótimo contar com o carisma e gentileza dela.





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